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Impacto Econômico e Político das Reservas de Lítio na Bolívia
A Bolívia, com uma população de pouco mais de 12 milhões de habitantes e um PIB de US$ 46 bilhões, detém cerca de 23% das reservas mundiais de lítio, um mineral essencial para a indústria tecnológica. Este recurso valioso pode estar influenciando os interesses de desestabilização do país.
Foi em relação à Bolívia que o bilionário Elon Musk afirmou em uma postagem no Twitter em 2020 que poderia “dar um golpe de Estado em quem quisesse”, destacando a importância estratégica do lítio no cenário global.
Parcerias Estratégicas e Investimentos Internacionais
Atualmente, a Bolívia tem uma capacidade limitada de processamento de lítio. No entanto, acordos firmados com a China em 2023 prometem transformar essa realidade. Marco Fernandes, mestre em História e co-fundador do Dongsheng, além de editor da revista Wenhua Zongheng Internacional, explica que essas parcerias “abrem um novo horizonte para a economia boliviana”.
Em janeiro de 2023, foi anunciado um investimento inicial de US$ 1 bilhão pela gigante chinesa de baterias de lítio, CATL, em uma joint venture com a estatal boliviana Yacimientos de Litio Boliviano (YLB) para construir duas fábricas que devem produzir 50 mil toneladas de carbonato de lítio por ano. Fernandes destaca que os investimentos totais podem alcançar US$ 9,9 bilhões.
Além disso, em junho do mesmo ano, a YLB firmou mais dois acordos, somando US$ 1,4 bilhão, com a empresa chinesa Citic Guoan Group e a russa Uranium One Group (subsidiária da gigante estatal nuclear Rosatom) para a construção de mais duas plantas de produção de carbonato de lítio, com uma capacidade adicional de 45 mil toneladas por ano.
Projeções e Impacto Futuro
Em 2022, a Bolívia produziu apenas 635,5 toneladas de carbonato de lítio entre janeiro e novembro. Com os novos acordos, a produção pode chegar a quase 100 mil toneladas em 2025. Além disso, a Citic Guoan está considerando investimentos na produção de baterias de lítio e veículos elétricos no país.
Esses investimentos sinalizam uma nova era para a produção de lítio na Bolívia. O país está acelerando seu processo de industrialização, passando de exportador de lítio bruto para produtor de baterias e veículos elétricos. Isso permitirá à Bolívia se apropriar de uma parcela maior da riqueza gerada pelo mineral, ao mesmo tempo em que avança na formação de quadros técnicos especializados.
Cooperação Internacional
A colaboração com China e Rússia é crucial para essa transformação. A parceria com a CATL, Citic Guoan Group e Uranium One Group não só traz investimentos financeiros substanciais, mas também expertise tecnológica e suporte para o desenvolvimento de infraestrutura industrial.
Em conclusão, a Bolívia está posicionada para se tornar um ator significativo na cadeia global de fornecimento de lítio, beneficiando-se economicamente e tecnicamente. Com essas parcerias estratégicas, o país está se preparando para um futuro de maior autonomia e prosperidade no setor de lítio, aproveitando plenamente suas vastas reservas deste recurso estratégico.
