Polícia Civil cumpre 16 mandados judiciais contra integrantes de facção criminosa em Tapurah
Dezesseis mandados judiciais relacionados a uma facção criminosa foram executados nesta quarta-feira (09.10) na operação “Prima Plaga”, realizada pela Polícia Civil em Tapurah, que fica a 433 km ao norte de Cuiabá.
Dos mandados, 11 eram para prisões preventivas e cinco para busca e apreensão domiciliar, todos aprovados pela Justiça após quase oito meses de investigação da Delegacia de Tapurah, que apurava um caso de homicídio e ocultação de cadáver ocorrido em fevereiro.
Crime
No dia 25 de fevereiro de 2024, a Delegacia de Tapurah foi informada sobre a descoberta de um membro humano (uma perna) no rio Arinos. A Perícia Oficial e Identificação Técnica foi chamada para coletar o material, que apresentava uma tatuagem.
A vítima foi identificada como Mateus Ferreira Alecrim, residente de Nova Maringá. Ele foi atraído para uma emboscada organizada por seis homens, sob o pretexto de fazer um programa com um cliente em Tapurah.
Ao chegar na cidade, Mateus foi sequestrado e levado para Itanhangá, para uma casa que servia como ponto de apoio da facção. Nesse local, ele foi assassinado e esquartejado. Para ocultar o crime, partes do corpo foram espalhadas em diferentes locais.
Investigação
Durante as investigações sobre o homicídio, os policiais civis conseguiram identificar a vítima pela tatuagem na perna. Várias testemunhas foram ouvidas, incluindo o pai de Mateus, que reconheceu a tatuagem do filho.
A equipe apurou que Mateus Ferreira Alecrim não era membro de nenhum grupo criminoso, mas sua morte foi motivada por vendas de drogas na região sem a autorização da facção.
Os suspeitos agiram com um modus operandi típico do crime organizado, onde as vítimas são submetidas a um “tribunal do crime”. Após isso, são torturadas e forçadas a confessar crimes que nem sempre cometeram, uma prática brutal utilizada para impor medo e controle.
Nome da operação
O nome da operação refere-se à primeira praga do Egito, conforme descrito na Bíblia, que foi a transformação da água do Rio Nilo em sangue.
O cumprimento dos mandados contou com o apoio das Delegacias da Polícia Civil de Brasnorte e Guarantã do Norte, onde também houve prisões de alvos.