Geller nega ter pedido demissão e que não aceita ser bode expiatório

Geller nega ter pedido demissão e que não aceita ser bode expiatório

Após sua saída do governo Lula, Neri Geller, em sua primeira entrevista, negou ter solicitado a exoneração do cargo de Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Sua saída ocorreu após uma polêmica envolvendo o leilão de arroz importado conduzido pela Conab. A participação de um ex-assessor de Geller e sócio de seu filho Marcelo no leilão acabou sendo o estopim da crise. O ex-secretário ainda afirmou que não aceitaria ser o bode expiatório dessa situação.

Geller relatou que, logo após as suspeitas sobre o leilão de importação de arroz surgirem, ele se posicionou prontamente. Ele informou ao ministro Carlos Fávaro que iria diretamente ao ministério para conversar sobre o assunto, explicando que sua posição sempre foi de total transparência, pois não havia nada a esconder.

Ao chegar em Brasília, Geller se reuniu com o ministro da Agricultura. Durante a conversa, ele esclareceu que a corretora envolvida no leilão, pertencente a Robson, seu ex-assessor, participa desse tipo de leilão desde o ano anterior. Geller também destacou que seu filho, citado nas suspeitas, não participou de nenhuma operação desde a abertura de sua corretora em agosto do ano passado.

Geller esclareceu que sua exoneração foi uma decisão do governo, e não um pedido seu. Ele conversou com o ministro Fávaro, que lhe informou que a situação estava gerando muita polêmica. Geller colocou-se à disposição para ajudar a esclarecer os fatos, mas, após uma conversa de Fávaro com o presidente Lula, foi informado que seria afastado.

Em relação às suspeitas de favorecimento de seu ex-assessor, Geller foi categórico ao afirmar que não houve nenhum favorecimento. Robson, que havia sido seu assessor, atua no mercado desde o ano anterior e participou de diversos leilões, tudo de acordo com os parâmetros legais. Geller destacou que não possui grau de parentesco com Robson e não pode impedir seu direito de trabalhar.

O ex-secretário avalia que o leilão foi mal organizado. Ele lembra que a oposição politizou a realização do certame e que o governo federal não levou em conta algumas considerações técnicas.

Neri Geller revela que ficou magoado com a forma como a situação se desenrolou. Ele cita sua experiência na agricultura, como produtor e representante de entidades, e na política, onde ocupou a principal função no Ministério da Agricultura no governo Dilma Rousseff. Geller afirma que não aceitará ser o bode expiatório dessa questão e defende que a polícia e a justiça averiguem se há alguma irregularidade.

Sobre a gestão de Carlos Fávaro, Geller criticou a condução do leilão, considerando-a desorganizada e precipitada. Ele defendeu que, apesar das boas intenções de abastecer as periferias dos grandes centros, o processo deveria ter seguido critérios técnicos mais rigorosos.

Neri concluiu afirmando que respeita o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, mas reafirmou que seu afastamento foi um equívoco. Ele se disse tranquilo, com a certeza de que cumpriu seu papel e que a verdade prevalecerá.

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