“O cara põe fogo, paga multa de R$ 800 e não vai preso; é preciso mudar a lei”, critica governador
O governador Mauro Mendes criticou a leniência em relação a crimes ambientais no Brasil e defendeu a adoção de medidas mais rigorosas na legislação para combater o desmatamento ilegal e as queimadas. Essa posição foi expressa durante uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), realizada nesta quinta-feira (19.09) em Brasília, para discutir ações contra os incêndios no Pantanal e na Amazônia.
Ele ressaltou que, embora o Brasil possua o Código Florestal mais restritivo do mundo, a legislação ainda é insuficiente e não consegue efetivamente prevenir os crimes ambientais.
“As ilegalidades ambientais têm sido toleradas neste país há muitos anos. Nós, brasileiros, nos acostumamos a viver com nossos problemas, que se tornaram normais, prejudicando nossa credibilidade para defender essa lei”, afirmou, acompanhado da primeira-dama Virginia Mendes.
O governador mencionou um caso em Sorriso, onde a “lei frouxa” permitiu que um autor de incêndios florestais ficasse impune.
“Recentemente, em Sorriso, um homem ateou fogo em uma área rural, foi preso e liberado após pagar uma fiança de R$ 800, o que é inaceitável”, declarou.
Mauro Mendes também enfatizou que o Governo do Estado está se esforçando para mudar essa situação.
“Já destinamos mais de R$ 360 milhões para combater incêndios florestais e o desmatamento ilegal, com R$ 75 milhões investidos apenas neste ano. Contudo, enquanto houver tolerância a esses crimes tão prejudiciais para o Brasil, o problema persistirá”, completou.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, destacou as ações importantes que o Estado tem tomado na prevenção e combate às queimadas.
“Mato Grosso conta atualmente com mais de mil bombeiros dedicados ao combate aos incêndios, realizando ações que vão desde o combate direto às chamas até o atendimento à fauna. Já lançamos 3,7 milhões de litros de água com aviões, capacitamos brigadistas e bombeiros e investimos em infraestrutura para garantir o suporte logístico. Estamos colaborando com o governo federal e outros estados para proteger nossos biomas”, explicou.
A audiência de conciliação foi presidida pelo ministro do STF, Flávio Dino, e contou com a participação de representantes dos estados da Amazônia, Cerrado e Pantanal, além de outras autoridades.